28 de janeiro de 2024

Será que ter um público importa?

     Me peguei fazendo essa pergunta a mim mesmo hoje. Eu passei todo o começo da minha adolescência com vontade ter algum cantinho meu na internet onde eu podia documentar a minha vida de uma maneira mais detalhada do que tweets e a bastante ocasional postagem no instagram, pra mim, o único caminho que eu tinha encontrado em fazer isso era criar um canal no YouTube, mas eu nunca tive a coragem de narrar um vídeo ou de mostrar meu rosto numa câmera, por mais que eu tenha vontade, eu não sou feito para isso, eu acho, pelo menos.

    Claro que ainda há tempo, eu só tenho míseros 16, mas parece que, se fosse pra eu fazer algo com isso, eu já teria feito, sabe? esse ano vai fazer 10 anos da criação do meu primeiro canal (que foi deletado por eu estar abaixo da idade mínima para a criação de uma conta),e eu sinto que meio que perdi uma oportunidade no meio desse período de tempo.

    Seria egoísta da minha parte querer ter um público que me escute? Seria egoísta achar que eu sou um pedaço inútil de potencial desperdiçado? Na verdade a parte mais egoísta de todas é achar que eu tinha um potencial pra começar.

  

26 de janeiro de 2024

Meu comentário sobre IA e a Teoria da internet morta

     Chegamos a um ponto onde a IA Generativa se tornou capaz o suficiente para ter outputs convincentes, e, eu sinto que a maioria das pessoas não entende o peso e a importância disso, é um ponto de virada na história da tecnologia tão grande quanto a invenção da internet, alguns até chamam de uma nova revolução industrial, e eu odeio isso, demais.


    Vai, pode ir, me chame de ludita o quanto quiser, talvez você até esteja certo, mas, não é possível que só eu esteja vendo as coisas ruins que estão surgindo como resultado de chatbots modernos e plataformas de difusão de imagens. Vamos por partes.

    Primeiramente, os chatbots de IA responsáveis puramente por output em texto, como o Character.AI e o ChatGPT já se demonstram capazes de resolver problemas símples e imitar personagens fictícios, desde que sejam dados Input preciso o suficiente, só isso já traz alguns problemas, a primeira que me vem em mente é a implicação negativa que isso tem pra educação. Tenho colegas de classe que não escreveram um único texto ou redação durante o ano inteiro, só pediram pro ChatGPT fazer e ainda receberam uma nota aceitável. Mas isso não é o que eu quero falar sobre, e sim o sucateamento das redes sociais e a criação desenfreada de bots se passando por pessoas nas redes sociais, principalmente o Twitter.

    Olhando com hindsight, a coisa mais estúpida que o Elon Musk disse em sua lista infinita de coisas estúpidas que ele fez é com certeza a promessa dele de solucionar o problema de bots no Twitter, na verdade ele triplicou o problema.

    Talvez seja só timing ruim que coincidiu com o lançamento do GPT-4, mas é só digitar alguma das palavras chave a seguir que você vai entender do que eu estou falando:  "IPTV", "Metamask", "Can't log in", "eth", "account got hacked", entre muitos, muitos outros.

    Parece que as primeiras vítimas da Teoria da Internet morta vão ser os image boards e o twitter, tudo que você precisa é de input de treinamento e poder de computação o suficiente para ter uma horda de bots customizados com a capacidade de infestar qualquer mídia social em pouco tempo. Já aconteceu com o /pol/, e está acontecendo com o Twitter agora mesmo, só olhar pros comentários de uma postagem popular ou pra conta @DeadTheory__, que compila algumas postagens de bots.

    Minha pergunta que fica é: Quem está fazendo isso? e porque? algo que é possível notar no Twitter é que todas essas contas, senão a maioria delas tem uma assinatura do twitter-blue ativa, seria isso uma maneira de inflar artificialmente os números do twitter pra satisfazer o ego de seu dono? Quem sabe.


    Eu poderia tocar no ninho de vespas que é a criação de imagens com IA generativa, como o Stable Diffusion ou as versões mais avançadas do DALL-E, mas eu acho que vou evitar fazer isso dessa vez. Pra mim isso é mil vezes pior do que qualquer chatbot de texto poderia ser, além do óbvio roubo e uso sem autorização de imagens de artistas, fotógrafos e basicamente toda pessoa alheia que já postou uma foto na internet, o uso de versões "jailbroken" desses programas mostra que eles tem a capacidade de gerar literalmente TUDO, incluíndo imagens de cunho criminoso.

    Além disso, sites como o pixiv, artstation e deviantart se tornaram inutilizáveis por um certo período de tempo, até que essas plataformas adicionassem um filtro ou check que oculta essas imagens caso o usuário queira. Eu achei isso bem tosco, uma solução "band-aid" pra um problema bem maior, a maioria dos artistas quer a proibição disso, não uma maneira de só ignorá-las.

    Eu acho que a IA vai continuar causando esses tipos de problemas até que ela seja devidamente regulada, minha preocupação é que isso vai demorar bastante pra acontecer, pelo menos enquanto as pessoas no poder continuem sendo idosos com o pé na cova que acham que a internet ainda envolve só o orkut e o bate-papo do UOL... Leis envolvendo a IA deviam ser criadas ASAP, antes que isso fuja de controle e pessoas maliciosas comecem a usar essa ferramenta pra coisas ruins, apesar disso estar acontecendo literalmente agora, e ninguém parece se importar com isso...

    Se eu fosse falar sobre todas as coisas ruins possívelmente causadas por uma IA completamente capaz no futuro, eu ia ficar aqui por horas, parece que as pessoas por trás desses programas viraram cientistas malucos sem nenhum senso do que não devia ser feito pelo bem da humanidade, e começaram a prezar apenas o avanço científico. Eu espero que haja um "gentlemen's agreement" entre cientistas, que nem houve com a tecnologia da clonagem, que aparenta ter toda a capacidade de clonar uma pessoa por completo, mas nunca o fez, simplesmente por motivos morais e éticos.

    Ética. Era essa a palavra que eu estava procurando.

    Obrigado por ler.

23 de janeiro de 2024

Parachutes e A Rush of Blood to the Head

Ninguém se importa com as músicas atuais dessa banda, mas, ei! Pelo menos eles fizeram algo legal no passado.
 

Num mundo pós Britpop e Cool Britannia visto na virada do milênio, a Grã Bretanha parecia estar aos poucos saindo dos holofotes culturais, dando espaço a estética Y2K, o otimismo relacionado a evolução tecnológica e as mudanças no design de tudo ao nosso redor, porque, realmente, durante aquele período, as coisas pareciam estar partindo para o melhor, o milagre econômico japonês e a bolha .com trouxeram a ilusão de que um mundo pós-guerra fria seria repleto de paz e de melhorias econômicas em todo o globo. Por isso, talvez tinha chegado a hora de deixar as estéticas inglesas no passado.


Com o passar do tempo, as coisas começaram a se mostrar como realmente eram, o milagre econômico do país asiático havia estagnado há um bom tempo, e a bolha .com era só… uma bolha.


Talvez as coisas não eram tão diferentes assim no novo milênio.


Então, em julho de 2000, ‘Parachutes’ era lançado ao público, e o Coldplay se aproveitou da tempestade perfeita para criar uma das bandas mais famosas do milênio, um título que os pertence até hoje, com mais de 75 milhões de ouvintes mensais, só no spotify, na data de escrita dessa postagem.

Mas não foi só sorte, o álbum é bom, sim. Por mais que o povo cult atual discorde, os singles principais (Shiver na europa e Yellow no resto do mundo) já justificavam a compra de um disco para a maioria das pessoas, “Yellow” em específico caiu no gosto da MTV, que transmitia o videoclipe bastante durante seu lançamento. Junte isso com o world tour “parachutes”, que realizou incríveis 131 shows em todos os continentes (exceto a América do Sul porque a gente sempre é deixado de lado…), e o primeiro álbum do Coldplay fechou sua janela de lançamento com absurdos 9 certificados de disco platina, de acordo com a BPI (Indústria Fonográfica Britânica).

 

        Eu pessoalmente não acho que parachutes é o melhor projeto dessa banda, por mais que os singles principais sejam bem divertidos, o restante das canções deixa a desejar, nem “Trouble” e “Sparks”, duas músicas que também ficaram populares depois do lançamento me interessam tanto assim. “Playing safe” parece definir bem parachutes, com a exceção dos seus maiores sucessos, nada se destaca do comum ou tenta sair dos moldes de música popular da época. Talvez o sucesso estrondoso de Yellow serviu como um bom indicador para a banda se inclinar mais no estilo de pop-rock, no lugar de algo mais “Mellow” e lento, que nem eles já tinham tentado. Por isso, seu próximo lançamento, “A Rush of Blood to the Head”, de 2002, tenta um “Approach” diferente, que, na minha opinião, funcionou muito mais do que sua tentativa anterior.
 

O segundo álbum do Coldplay, pra mim, quebrou o sophomore slump com estilo.

A Rush of Blood to the Head pegou as partes boas de parachutes e as triplicou, claro que os elementos de piano rock ainda estão presentes, bastante aparentes em tracks como “Amsterdam”, mas a quantidade maior de canções energéticas e alto-astral criam uma mistura equilibrada e um álbum que nunca fica entediante ou lento demais. 

 

 

 

Até os trechos mais lentos, que eu não tinha gostado tanto em parachutes ficaram melhores aqui, obviamente ‘The Scientist’ é o exemplo perfeito disso. Ela é popular por um motivo, na minha opinião, é a música mais bonita do Coldplay. A música utiliza da simplicidade ao seu favor, começando só com um piano-track simples, depois incluindo um violão, bateria, até chegar ao refrão principal, enquanto as letras tentam decifrar um romance entre pessoas que estão presas num ciclo de se separar e voltar a se relacionar novamente, “Running in circles, coming up tails”, tudo isso enquanto se ocupa com algum tipo de pesquisa científica ou acadêmica, e fracassando em equilibrar sua vida amorosa e sua vida profissional. “Pulling the puzzles apart; Questions of science, science and progress, do not speak as loud as my heart”.





Mas não é isso que torna esse disco melhor que seu antecessor, e sim a quantidade impressionante de músicas mais puxadas pro estilo do pop rock, como “Politik”, “Clocks”, “In My Place”, “God Put a Smile Upon Your Face”, entre outras. Em geral, a direção que a banda tomou nesse disco deu extremamente certo, porque seu disco sophomore foi um sucesso tanto crítico quanto comercial, sendo certificado 10x platina no Reino Unido, e no restante do globo atingindo sucesso similar ao de sua estréia.




 
 

Nos anos seguintes, a banda ainda teve seus bons momentos aqui e ali, “Viva La Vida” foi um dos singles mais populares de 2008, e, pessoalmente, é uma ótima música para graduações ou festas. Mas, parece que o Coldplay vem sofrendo em igualar a qualidade das músicas que eles fizeram no começo do milênio, afinal, o dinheiro já está vindo aos montes, eles não precisam se esforçar mais e sabem disso! Não os culpo, eu provavelmente faria o mesmo se estivesse nos sapatos deles.

Em conclusão, escute ambos esses discos, e esqueça do resto.

NOTA FINAL - PARACHUTES: 3.6/5

NOTA FINAL - A RUSH OF BLOOD TO THE HEAD: 4.2/5


espero que essa review tenha sido coerente o suficiente pra alguém entendê-la. Obrigado por ler e até a próxima.

 

 

9 de janeiro de 2024

Uma reflexão sobre 2023 e planos para 2024

 Feliz ano novo!

    Espero que todos tenham tido um excelente 2023, e espero que tenham um 2024 ainda melhor!

    Nessa postagem eu quero observar as coisas que eu fiz no ano passado e pensar sobre o que eu quero fazer em 2024.

    Começando em 2023, óbvio.
    
    2023 foi O ano em que o maior número de coisas estavam acontecendo comigo ao mesmo tempo, e mesmo assim eu não me lembro de muita coisa, obviamente, o destaque dos primeiros meses do ano foi passar num vestibulinho e ingressar num curso técnico, algo que, de longe foi o que mais me impactou durante esse período. Pela primeira vez em um bom tempo estava num ambiente novo, com gente que eu não conhecia e eu fui forçado a me adaptar, eu, como o gênio da socialização que sou, achei que até que as coisas foram bem. Consegui fazer um círculo de meio-que-amizades relativamente rápido e acabei me acomodando um pouco nesse quesito. Se eu pudesse voltar atrás, talvez eu teria falado menos coisas estúpidas e teria sido um pouco mais privativo sobre mim, acidentalmente meu caderno de desenho caiu nas mãos erradas e pelo restante do ano fui taxado de ser o furry esquisito da sala de aula, algo que me fez praticamente desistir de desenhar, e algo que eu ainda não retomei.
 
    Fora das salas de aula, 2023 também pareceu como um ano de grandes mudanças pra mim. De repente, eu estava jogando menos videogames, usando mais o youtube, programando de vez em quando, tentando aprender algo, porém, ao mesmo tempo, também comecei a usar muito mais redes sociais do que eu costumava.
     Parte disso se deu porque o meu computador não conseguia mais rodar praticamente nenhum jogo, e eu fiquei por fora do espaço gamer por grande parte do ano (exceto em julho, talvez, quando comprei VIP no servidor do FlameMC de Minecraft e praticamente passei o mês inteiro jogando...), ou seja, eu substituí um entretenimento como os videogames pelo apodrecimento cerebral das redes sociais. Francamente, eu ODEIO usar redes sociais tanto quanto eu uso, e, pessoalmente, acho que, as vezes, ficar jogando é menos prejudicial do que passar horas no twitter...

    Pela primeira vez em um tempo, eu me ví tentando aprender sobre mais coisas, tecnologias novas, e até comecei um "curso" de django e python, onde o objetivo final era fazer um blog, acontece que os arquivos dessa pasta se corromperam, e eu decidi sucumbir ao blogspot, que, no final, não foi tão ruim assim.

    Em 2023, por incrível que pareça, eu pratiquei mais atividade física do que nunca, terminei o meu contrato de academia, indo de 3 a 5 vezes por semana (continuo magrelo e feio), e, na segunda metade do ano comecei a praticar esporte 2 vezes por semana, além de caminhar bastante todos os dias. Espero continuar assim.

    Agora, partindo pra 2024...
 
    Pra mim, aqui começa minha vida de vestibulando pra valer, ENEM, FUVEST, FATEC, qualquer prova que estiver na minha frente eu pretendo fazer, até passar em alguma universidade que preste. Esse fim de semana mesmo fiz a prova da FATEC, achei relativamente tranquila pra uma prova que devia ser nível 3º ano, sendo que eu sou um aluno do 1º indo pro 2º, mas FATEC não é o meu objetivo... Tá mais pra um plano D, caso todo o resto falhe. Mesmo assim, estou curioso pra saber se passo, escolhi o curso com maior demanda da minha cidade, já que o resultado não importa, também serve como treino de redação. Tive 42 acertos de 54.

    Continuando no tópico de estudos, chegou a hora de estudar computação direito. Desde 2020, quando descobri o canal do Brackeys estive num vai e vem com o estudo da programação, as vezes olhando python, web, arduino, et cetera, mas dessa vez, comecei com o curso CS50X da harvard, e pretendo também fazer o CS50P, para Python, e CS50W, para webdev, quanto mais cursos eu conseguir fazer, melhor.

    O último tópico acadêmico, juro, é aprender japonês, o máximo que der durante o ano, não vou quebrar uma streak de 200 dias que nem eu fiz ano passado! Juro... além disso, vou treinar com o Anki e com imersão, no Anki, estou usando o Deck Core 2K/6K, que tem 6000 palavras bastante usadas na língua, e, de vez em quando leio o guia de gramática do Tae Kim, pra não ficar só no vocabulário.

    Falando em ler, eu URGENTEMENTE preciso ler mais esse ano, perto da virada, comprei 2 livros com um cartão de presente da livraria leitura que ganhei num amigo secreto, e comprei A Hora da Estrela, da Clarice Lispector e 1984, de George Orwell, estive lendo muito pouco recentemente e quero que isso mude, pretendo ler mais e comprar mais livros esse ano, e livros pra ler por diversão e entretenimento, não por obrigação.
 
     Obviamente, quero fazer muitas coisas a mais esse ano, escutar mais música, (tentar) voltar a desenhar, entrar pra atlética da minha escola, só coisa fácil... espero que o burnout não dê as caras nos meses seguintes e que eu dê conta do tranco.
 
    Sei que esse post demorou mais do que devia, 10 dias se passaram desde o ano novo, mas eu comecei um post bem longo sobre um certo artista brasileiro e passei alguns dias estudando ou fora de casa e me esqueci das minhas resoluções de ano novo. Se eu não abandonar esse site até lá, no começo de 2025 vou retornar pra essa postagem e novamente refletir sobre as minhas ações, até lá, e um bom resto de ano!
 
-Felipe