31 de março de 2024

Um nome que eu escolhi com 9 anos virou a minha identidade virtual e eu não sei o que fazer sobre isso

Ikonino é um nome meio merda, né? Isso veio me incomodando recentemente, mas, no ponto em que estamos, esse IGN já é completamente associado a mim, seria esquisito mudar AGORA...

Eu meio que me remoo por dentro sempre que alguém me chama por ikonino, talvez porque remeta a minha infância esquisita, ou talvez porque simplesmente soa mal.

Prefiro Iko, mas, com a quantidade de contas em sites aleatórios que eu já registrei nesse IGN, vai ser difícil trocar isso em todos os lugares, alguns sites nem te deixam trocar!

Espero que alguma empresa que procure me contratar no futuro não encontre esse IGN e associe-o a mim. Descobrir que seu candidato foi um adolescente furry esquisito que passa tempo demais na internet não é a melhor coisa pro meu currículo...

Mídia física ontem, hoje e no futuro.

     Comprar CD's, Discos de Vinil, Fitas de cassete, Filmes em DVD/Blu-Ray hoje em dia é  redundante. Não faz sentido. É imprático, ocupa espaço e exige muito mais esforço do que os métodos de consumo de mídia modernos, então porque a gente continua fazendo isso?

    Eu não vivi direito a época de consumir mídia física. No máximo cheguei a ver alguns filmes piratas no DVD player dos meus pais, esse player que eu recentemente os convenci a não jogá-lo fora, porém, eu não tenho os fios certos pra fazê-lo funcionar, então ele está no meu backlog de coisas eletrônicas que eu preciso arrumar no futuro. 

Olá pra você também, DVD/CD player! Um dia te faço tocar música novamente.

    Mesmo assim, eu nunca ví direito as pessoas escutando música com players ou boomboxes, nunca ví diskmens sendo usados, ou até mesmo Blu-Rays originais, tudo isso foi um pouco antes de eu ganhar interesse por essas coisas.

    Os early-2000s parecem ter sido bem legais, eu queria ter feito mais parte disso. 

    Orkut, MSN, Telecurso 2000, X-Tudo da TV rá-tim-bum e cultura, essas coisas e estéticas pequenas que não podem ser replicadas direito porque não seria tão genuíno quanto foi naquela época. Não faz sentido criar uma rede social primitiva só pelo bem da nostalgia quando existem bluesky's e instagrams modernos, não é uma prática de negócios sustentável, as pessoas que utilizavam aquilo no passado iriam conferir, teriam os seus desejos nostálgicos atendidos, e iriam sair, pra nunca mais voltar.

 



    Esse programa era muito legal... Te amo TV Cultura...


     Talvez seja porque eu sou jovem demais pra me sentir nostálgico sobre os meus primeiros anos na internet, mas, parece que, de 2016 pra cá, a internet estagnou de uma maneira que tudo continua igual.

    De 2004 pra 2014, as pessoas foram do myspace pro facebook, e do orkut pro twitter, mas de 2014 até 2024, os sites são os mesmos, não existem mais sites novos.

    Estranhamente, essa estagnação da internet coincide bastante com a morte da mídia física.

    Por lá, as coisas mudaram muito, muito rápido. Vinil, K7, CD, todas essas tiveram seu tempo nos holofotes, mas foram rápidamente substituídas pelo MP3. 

    Talvez seja porque o tempo passa mais devagar quando ele está acontecendo do que observando-o em retrospecto, mas a atual maneira de consumir mídia digitalmente me parece tão... sem sal... É inegável que é conveniente pra caramba, mas é incomparável com o sentimento de colocar a agulha no disco de vinil, ciclar por uma coleção de CDs ou rebobinar um K7.

    Eu sou um dos filhos mais novos de uma família grande, então, mesmo sendo um zoomer sem vergonha, eu cheguei a interagir bastante com cartuchos de N64 e SNES dos meus primos e discos de vinil dos meus tios e avôs, e eu simplesmente acho isso mais legal do que ter um arquivo intangível que diz que eu possuo um jogo ou uma música.

    Claro que também tem a parte de "own your stuff" de possuir esse tipo de coisa, uma empresa não pode tirar o seu box da 3ª temporada de Friends de você, mas pode tirar essa série do seu serviço de streaming preferido. 

    É legal ver que os mais velhos minha geração meio que está voltando a se interessar por LPs e afins, e é legal ver que um mercado ainda vai existir pra esse tipo de coisa, pelo menos eu espero que seja assim.

    Agora eu sou um adolescente fudido sem dinheiro nem pra ter um PC que não aguente editores basicos de vídeo, mas se um dia eu tiver uma carreira profissional decente, espero poder montar uma coleção dessas coisas, sejam livros, CDs de música, Jogos em mídia física, ou qualquer outra coisa, mesmo que seja imprático, é legal.

Que fique marcado pro eu do futuro, essa é a minha "estante".... eu nem gosto de nevermind, porque eu tenho isso? Favor ignorar a bagunça e abundância de Harry Potter, eu peguei na promoção... A série completa tava à preço de um...

EDIT: Antes que eu esqueça, feliz dia da visibilidade trans, continuem arrasando. Feliz páscoa também.

Esse post foi meio redundante, né? Eu nem cheguei a conclusão nenhuma... mesmo assim;

Obrigado por ler! Se algum leitor existe.

27 de março de 2024

O título sempre vem por último

[Venting chato]        

 

Venho aqui sem vergonha nenhuma na cara atualizar esse blog pela primeira vez em mais de 20 dias. Foda-se a constância, né?

    Hoje eu fiz algo bem ruim, cometi um erro estúpido, infantil e tolo. Mas não vou contar pra ninguém o que é, não é como se eu compartilhasse muito sobre minha vida pessoal num blog que ninguém lê.

Eu amo Bill Wurtz...
 
 
        Será que eu deveria me importar com indentação, parágrafos, estética, e gramática nessas postagens? Óbvio que não, ninguém lê isso.

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    Eu não sei o porque, mas esses últimos 20 dias de março foram um grandissíssimo borrão de nada na minha vida. Literalmente, nada aconteceu, e eu empurrei tudo com a barriga. Agora eu tenho que correr atrás e consertar tudo de errado que eu fiz...

    Sério, eu não estudei NADA esse mês, depois de um fevereiro relativamente não ortodoxo no quesito de estudos, março foi um mês em absoluto branco, março foi uma merda!

    Eu não tenho nem mais noção do tempo, se isso aconteceu no final de fevereiro ou no começo de março, mas, eu não entrei para a atlética da minha escola.

    PARA, por mais que isso pareça com o mais genérico conflito de segundo ato de High School Musical, foi algo que aconteceu comigo, e me abalou sim, porque essa história vai mais longe do que parece. Não entrar para a equipe da minha escola mostrou o quão fracassado eu realmente sou, e, como, mesmo quando eu ganho oportunidades ridiculamente boas, eu falho. Eu perdi a oportunidade da minha vida aqui.

    Isso basicamente já acabou com qualquer semblante de qualidade que esse mês podia ter, até agora me sinto um merda, desde então não fiz nada e nada aconteceu.

    Algo de útil que eu aprendi muitos anos atrás, e que muita gente parece não saber, é que, ao fazer um texto, o título deve ser feito depois do texto, pois ele representa o todo, não o contrário.

8 de março de 2024

cosmonautas

    Eu odeio essa ideia de que "Somos inúteis porque tem um trilhão de galáxias contendo milhões de planetas e somos insignificantes em comparação com a imensidão do espaço"... sério?

    Se não fosse pela progressão absurda da ciência e astrologia você nem saberia disso, talvez esse pensamento nem passaria pela sua cabeça, diminua a escala das coisas por um momento.

    Tem muitos motivos pra enxergar inutilidade na vida, mas esse é tão genérico e escroto! Sempre que alguém começa a falar disso meu cérebro desliga e eu começo a ignorar. Pensar dessa maneira é uma afronta as coisas pequenas.

6 de março de 2024

Pensando no futuro quando eu estiver pensando no passado que é o agora

     Estive pensando aqui... será que quando eu for adulto, vou sentir falta do que eu estou vivendo agora?


    ESSES são os meus glory days? será que vou ser nostálgico por um período da minha vida em que eu estava iguais partes fudido, confuso, cansado, solitário e preocupado? Acho que a palavra não seria nostálgico, e sim arrependido, o eu do futuro vai refletir sobre o seu próprio passado e pensar "cara, eu devia ter saído mais" ou "feito mais amigos", mas AGORA eu sei o quão inviável isso é, não vou entrar em detalhes, mas ficar de rolê o tempo todo não me interessa.

    Me pergunto se vou enxergar minha adolescência quando adulto da mesma maneira que agora enxergo minha infância, será que eu vou ter os mesmos problemas que eu tenho com o meu passado agora? (Esse negócio de 'problemas com o passado' é provavelmente difícil demais de colocar em palavras pra eu entrar em detalhes agora, e também é algo muito pessoal. Não é como se eu tivesse experiências ruins/traumáticas no passado que eu saiba e não é como se eu tivesse sido mal criado, na verdade é bastante o contrário, amo minha família, mas algo sobre ser criança me deixa tão furioso que me faz odiar tudo relacionado a infância, mesmo refletindo positivamente nesse período da minha vida... é complicado, não sei se eu expliquei bem.) Sinceramente eu espero que não, espero que o Felipe do futuro não fique se mordendo de vergonha alheia comigo tendo hobbies e interesses esquisitos que nem eu odeio o eu do passado agora por não saber falar com estranhos e ser obcecado com Gaspard et Lisa e Pocket Monsters.

     Já faz tempo em que teve uma 'trend' no art-twitter brasileiro de desenhar o você do agora interagindo com o você criança. A maioria saiu ótima e muito meiga, passando mensagens positivas para os seus alter egos do passado, enquanto outras mostram as pessoas atuais batendo em suas versões-criança por fazerem as escolhas erradas em suas vidas. Me deixou pensando, como eu interagiria com o eu criança? Acho que eu evitaria conversar com ele, sinceramente, foi mal aí, Felipe de 2013, eu não sei falar com pessoas com menos de 10 anos direito. Eu não sei nem como eu me desenharia, muito menos o eu do passado...

Eu nunca fiz um autorretrato...

 

obrigado por ler.

5 de março de 2024

Na Noite Infinita (Review)

     Ano passado o fenômeno do shoegaze coreano, 'Parannoul' lançou o álbum mais eletrizante da década, de longe.


    Falando em década, dá pra acreditar que já estamos quase na metade dessa década? Que raiva, cara, parece que se passou no máximo 1 ano desde que as pessoas estavam discutindo se a década virava em 2020 ou 2021... O mesmo tempo se passou entre 2016 e 2020 e 2020 e 2024, dá pra acreditar?

    Acho que 2023 não foi muito um ano pra mim no quesito música, com a exceção do incrível Wetdream de Willy Rodriguez, nada se destacou demais pra mim, até que, no começo desse ano eu finalmente decidi dar outra chance pro Parannoul, mesmo com todo mundo considerando 'To See The Next Part of The Dream' um álbum essencial do shoegaze moderno, eu não gostei muito dele quando escutei-o pela primeira vez, então, quando 'After the Magic' e o seu live-album equivalente 'After the Night' saíram, eu meio que ignorei e deixei pra depois.

    Essa postagem é primariamente sobre After the Night, mas, se você quer saber minha opinião sobre After the Magic, eu gostei sim, mais do que os álbuns anteriores do Parannoul.


 

    O primeiro fator que aumentou a minha curiosidade sobre esse álbum ao vivo é o fato dele ter uma última música de 46 minutos, sendo uma versão extendida de uma música anteriormente lançada.


    Pera aí, isso me lembra de alguma coisa...


    Um live-album de um país asiático com elementos de Dreampop e psicodelia com um finisher de 40 minutos de uma música anteriormente lançada..?

    É IMPOSSÍVEL olhar pra After the Night e não puxar comparações com 98.12.28 Otokotachi no Wakare, o último live-album do grupo Fishmans, que é, pessoalmente, o meu álbum favorito de todos os tempos, e uma review que seria tão longa que eu nem quero pensar no quão difícil vai ser de escrever. (Eu não sei nem se tenho a capacidade de fazer isso...)

    Mesmo assim, esse álbum tem sua própria personalidade e é uma entidade completamente separada, é muito mais energético, cru e não polido, típico de um live-album, mas que consegue utilizar esses fatores ao seu favor, todo mundo sabe que um live-album raramente chega aos pés de sua gravação de estúdio em relação de qualidade, e quando chega, é um milagre, (i.e. o anteriormente mencionado 98.12.28, Nirvana Unplugged, Swans are Dead) Parannoul usa isso ao seu favor, seja intencional ou não, os microfones estourados, vocais meio língua-presa, instrumentos lutando por espaço e se amontoando em cima dos outros, todos servem para adicionar um pouco de personalidade e sal para esse projeto. Alguns trechos de Soft Bruise e Beautiful World exemplificam bem o que eu quero dizer.


    O último quarto do álbum, composto por White Ceiling e Into The Endless Night, poderia ser um álbum separado por sí só, a lenta ascenção durante os 10 minutos de White Ceiling parecem ser só um aquecimento para o monstro de 46 minutos que é a versão extendida de Into The Endless Night, algo que, novamente puxa comparações ao disco semelhante dos fishmans, com yurameki IN THE AIR e LONG SEASON - Live.

 

    Esse closer é provavelmente a melhor coisa a vir do shoegaze/dreampop pós 2010, aqui parece que tudo se encaixa, e as imperfeições trazidas pelo ambiente ao vivo amplificam a espontâneidade da música, desde o eco do palco até pequenas nuâncias na voz de Parannoul, e os guitarristas convidados, sendo eles o novo prodígio Yo, um artista que, com o seu primeiro álbum mostrou potencial imenso esse ano; o sophomore BrokenTeeth e o veterano Asian Glow, conseguem criar uma sequência de ruído tão única que só me resta perguntar como eles fizeram tudo isso ao vivo...

    Mesmo assim a música não é perfeita, os quase 6 minutos de puro ruído e 'noise', reminiscentes ao clássico 'You Made me Realize' do My Bloody Valentine, não se encaixaram muito bem no restante da música, quebram o 'pace' e a energia da música, além de ser desagradável de escutar, mesmo que seja interessante pelo ponto de vista de um show ao vivo.

 

    Em conclusão, NÃO, isso está LONGE de ser o novo 98.12.28, por mais que as semelhanças sejam quase cômicas, há muitas coisas faltando aqui, mas, mesmo assim, esse é o melhor lançamento do Parannoul em toda a sua curta, porém polarizante carreira, e me deixa animado para ver o que sairá dessa nova geração asiática do (kung-fu*) shoegaze.

 

*Sim, isso foi um trocadilho com Asian Kung-fu Generation, pode sair do post.

 

    Eu realmente espero que novidades venham do parannoul, se esse projeto e After The Magic são sinais de coisas melhores por vir, eu esterei escutando fielmente esses novos projetos.

 

FAVORITOS: Polaris, Into The Endless Night

NOTA FINAL: 4.2/5 


obrigado por ler.